Na esteira do sucesso viral do single “Cardboard Box”, que acumulou cerca de 2 milhões de streams no mês do seu lançamento, o trio londrino FLO está resgatando – e reinventando – a tradição dos girl groups de R&B do fim dos anos 90 e início dos 2000. Produzido por MNEK e elogiado por nomes como Missy Elliott e SZA, o hit encabeça The Lead, o EP do trio lançado em 2022. Vale dizer: apesar de “Cardboard Box” ter apresentado Renée Downer, Jorja Douglas e Stella Quaresma para o mundo, a parceria delas não é de hoje. “É meio estranho porque as pessoas ficam dizendo: ‘Essas meninas surgiram do nada’; mas já estamos juntas há três anos fazendo várias músicas”, conta Downer ao Apple Music. Quaresma e Downer são amigas desde os tempos da escola. Elas conheciam Douglas apenas pelas redes sociais, mas, quando as três se encontraram para uma audição, o entrosamento foi instantâneo. “Essa química sempre esteve lá, desde o início. Foi o que nos tornou o FLO”, diz Quaresma. “Claro, você conta com toda a sua equipe, mas não é a mesma coisa que ter duas pessoas que são como suas irmãs fazendo isso ao mesmo tempo.” Mesmo com todas as diferenças naturais de bagagem de vida, personalidade, gostos e crenças, o que as une, sem dúvida, é o amor que compartilham pelo gênero musical que escolheram. “Eu cresci ouvindo R&B, principalmente com a minha mãe. Amo R&B, é só o que escuto”, revela Douglas. A sintonia do FLO se confirma com as outras faixas do EP: “Immature” explora – com beats à la Timbaland – a falta de comunicação em um relacionamento. Já “Summertime” é um hino empoderador inspirado no som das pioneiras do Destiny's Child e que fala sobre não deixar ninguém – principalmente um ou uma ex – roubar sua alegria. Também há espaço para uma pegada mais sensual em “Feature Me”, na qual o trio canta sobre assumir o controle entre quatro paredes. Para fechar o EP, a acústica “Another Guy” revela toda a potência vocal das cantoras. Para o relançamento de The Lead, as estrelas do Up Next acrescentaram uma nova faixa ao projeto. “Not My Job” mistura a nostalgia do começo dos anos 2000 com uma pegada mais contemporânea – assim como a sua letra, em que as três dão o recado: a maturidade emocional da outra pessoa não é trabalho delas.