Dona de uma voz de alcance único e dedilhando calmamente um violão, Maria Gadú nadou contra a corrente na Música Popular Brasileira. Ao não se entregar a modismos, a cantora e compositora se tornou um fenômeno de crítica, mas também conectou-se com o público por meio de um estilo que parecia ultrapassado até sua chegada. • Mayra Corrêa nasceu em dezembro de 1986, em São Paulo. Aos 10 anos, ela adotou o sobrenome Aygadoux de um músico francês próximo da sua mãe e adotou o Maria Gadú como nome artístico. • Precoce e autodidata, ela começou a compor músicas com apenas sete anos. Aos 10 anos, ela escreveu “Shimbalaiê”, que viraria um dos seus maiores sucessos 12 anos depois da criação. • Depois de alguns anos tocando em bares de São Paulo por até oito horas seguidas por noite, a artista decidiu apostar na cena carioca e mudou-se para o Rio de Janeiro, em 2008. Suas apresentações começaram a chamar a atenção de vários ícones da música brasileira, como Caetano Veloso e João Donato. • Em 2009, Gadú teve a oportunidade que mudou sua vida ao interpretar o clássico “Ne me quitte pas” para o diretor Jayme Monjardim, que colocou a faixa na minissérie Maysa: Quando Fala o Coração e ainda deu uma participação para a cantora aparecer no programa. • No mesmo ano, a artista lançou seu primeiro álbum e a faixa “Shimbalaiê” ganhou projeção nacional após virar tema da novela Viver a Vida. • Em meio a uma turnê de sucesso ao lado de Caetano Veloso e colaborações com outros artistas (Eagle-Eye Cherry, Ana Carolina), Maria Gadú recebeu suas primeiras indicações ao GRAMMY Latino em 2010, disputando nas categorias de Artista Revelação e Álbum de Cantora/Compositora. Ela ainda seria indicada mais três vezes. • No segundo álbum, Mais Uma Página (2011), a artista refinou sua musicalidade e ampliou o repertório de influências, tocando com Lenine (“Quem?”) e o fadista português Marco Rodrigues (“A Valsa”). • Guelã (2015), seu terceiro trabalho de estúdio, foi um sinal de amadurecimento e inquietação: a cantora flerta com a música africana e com experimentalismos sonoros. A guinada deu tão certo que gerou um álbum ao vivo. • Durante a turnê portuguesa Pelle, em 2019, a cantora anunciou que não faria mais música e que aquela seria a última série de shows. - Um ano depois, ela voltou atrás e explicou que era apenas uma “pausa” e que estaria estudando antropologia e história do Brasil para trabalhar com indígenas. • No fim de 2021, Maria Gadú finalmente encerrou o hiato com o lançamento do álbum e da turnê Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor.